A capital Mineira é a cidade que mais receberá investimentos nos próximos anos em hotelaria no Brasil
“Não podemos ficar apáticos e aceitar tamanha incoerência!!!! BH, corre um sério risco de não ter Hotéis qualificados, capazes de atender a alta do Turismo de Negócios, proporcionado por uma política favorável a atração de grupos de todo o Brasil e internacionais para usufruírem de nossa estrutura cada vez mais viável para a realização de feiras, negócios, fóruns e demais eventos que hoje fazem de nossa cidade o segundo polo de referência do Brasil. Os eventos da Copa das Confederações e do Mundo, representam uma rara oportunidade para o desenvolvimento de toda a infra-estrutura da cidade e todo esse legado servirá como talvez a última oportunidade de renovação e qualificação de nosso parque hoteleiro. Talvez estejamos jogando esta oportunidade ralo a baixo.”
Esta é a realidade bastante conservadora, daquilo que se projeta como mínimo ideal para sustentar o mercado hoteleiro de BH pelos próximos anos.
Vamos aos fatos:
Em 5 de julho de 2010 através da
Lei orgânica municipal Nrº 9.952 aprovada e publicada em Diário Oficial,
criou-se sob pretexto da Copa 2014, dispositivos que em tese beneficiam e
incentivam a construção de novos empreendimentos hoteleiros numa praça onde
notoriamente existe já em 2010 uma carência de bons hotéis que atendam a
demanda natural já existente.
Atualmente a reserva do mercado
de BH é sustentada por um grupo de hotéis familiares ou similares, em sua
grande maioria, desatualizados e sucateados, e quando falamos em números a
realidade se toma MUITO mais clara. Então vamos a eles :
Hoje BHZ apresenta 8.367 Uhs
(apartamentos) segundo os dados oficiais da ABIH/MG (Assoc. Brasileira da
Indústria Hoteleira- MG).
Desconsidera-se abordar números
de cidades circunvizinhas, visto tais ofertas em NADA se relacionarem com a
demanda para a capital. Quem vem a BH
para fazer negócios não deseja se hospedar em Caeté, Macacos, Raposos, Pedro
Leopoldo etc.
Contabilizamos hoje ocupação média
de 78%. Isso aponta para ocupações acima dos 88% (ponto de esgotamento) entre 5
de 7 dias da semana o que ratifica a necessidade de novos leitos. Perdemos
eventos médios e grandes na capital por falta de capacidade de absorção da
hotelaria.
Não obstante a isso no cenário
econômico plenamente plausível para os próximos 5 anos (nenhuma relação com
Copa do Mundo ou afins que em meu cálculo serão apenas um “bonus” pontual) a
FGV prevê um crescimento de 5% do PIB brasileiro. Este número indica uma
necessidade de crescimento da capacidade instalada de 8% anuais o que em
percentuais sobrepostos atinge 44% em 5 anos.
8.367 aptos. x 44% = 3.681 apartamentos adicionais
(para atender apenas este crescimento)
Considerando que destes 8.367 apartamentos, aprox.
40% estão sucateados e que nem todos sofrerão reformas, necessitaremos de mais
4.300 novos apartamentos de médio e alto padrão em distribuição geográfica
inteligente (zonas sul, norte e centro) em situação de conformidade com a nova
lei: aprovação dos novos projetos até abril 2011 e prazo final de entrada em
operação em abril 2014 sob pena de pesadas multas.
Hoje dos tão propalados 51 novos hotéis num
cenário menos especulativo projetamos que de fato cerca de 27 se materializem
(os que largarem na frente), o que induz um inventário exatamente igual a
demanda a ser gerada no período adiante.
Num outro viés, cerca de 11 milhões de novos
consumidores viajarão de avião pela 1ª vez nos próximos 24 meses. Caso a
infra-estrutura aeroportuária (outro gargalo) absorva de fato esta demanda,
onde BHZ pretende acomodar seu quinhão deste montante?
Vamos mais uma vez fazer contas:
Se atribuirmos a BHZ parcos 8%
desta demanda, teremos adicionalmente 330 mil pessoas...
880.000 / 2 (considerando que
metade não usaria hotéis catalogados) = 440 mil novas pessoas
440.000 / 267 (dias úteis
durante o ano) = 1.650 apartamentos
adicionais para atender essa demanda.
Isso é mais do que a vindoura
oferta de leitos de hotéis hoje em construção…
“Contra fatos (números) não
existem argumentos”...
Ao contrario das informações “plantadas” no
cenário mineiro, teremos uma hotelaria saudável, operando diárias elevadas,
padrões de qualidade a altura que a cidade merece, certificação e treinamento
de equipes e gestores competentes. Temos redes internacionais presentes nas
mesas de negociações na qual vislumbram-se aportes volumosos de recursos
próprios para a execução destes novos projetos.
Que venham os novos hotéis, pois Belo
Horizonte precisa e conta com eles!
“Quem deve realmente temer esse novo cenário, não são as grandes redes
internacionais que aqui se instalam, mas os grupos hoteleiros familiares que
hoje aqui se encontram e não se atualizaram e se prepararam para o grande
crescimento do mercado de negócios da crescente BH”.
Maarten Van Sluys é Asset Manager da JR & MvS Consultores.
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