terça-feira, 26 de março de 2013

O ideal é buscar o que se gosta de fazer, ou o que o mercado está precisando?

Existe muita gente dizendo que devemos fazer apenas o que gostamos, que esse é o caminho ideal. Então, existe muita gente equivocada. Primeiro, vamos ao óbvio: é claro que seria ótimo só fazer o que gostamos, ninguém tem como duvidar disso. É claro que quando a gente faz o que gosta a tendência é rendermos mais. Contudo, o mundo não é tão simples assim, e viver no mundo também não.

Iniciando a conversa, se nós estamos aqui, salvos, remidos, perdoados e reconciliados com Deus, é por que Jesus fez o que estávamos precisando. Ninguém gosta de perder status, de ser humilhado, desprezado, crucificado.

O Messias não fez o que gostava, mas o que era necessário. Então, se um pai de família quer levar para casa o “leite das crianças”,
ou se alguém quer melhorar de vida, não pode ficar atrelado, de modo acomodado, simplista ou arrogante, ao “só devo fazer o que gosto”.

Se alguém quer passar em um vestibular ou concurso, não pode estudar apenas o que gosta, mas precisa estudar todas as matérias que constam do programa. A única forma de só estudar o que gosta é... gostar de todas as matérias (o que não é má idéia).

Fazer apenas o que se gosta é egoísmo. É gostar apenas de si mesmo. Uma mãe não faz apenas o que gosta, nem um pai, nem um professor, nem um pastor, nem qualquer bom profissional.

Um cristão não faz apenas o que gosta: ele precisa, por exemplo, subjugar seu corpo e sua mente para que não venha a ser reprovado (2 Co 9.24-27)!

Na tradução King James, Paulo chega a dizer “esmurro o meu próprio corpo e faço dele meu escravo”!

Jesus diz para fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem (Mt 7.12). Então, nosso foco não é nosso próprio umbigo, nem nossos desejos, mas servir a Deus e aos homens. E, de novo: claro que se eu puder servir a Deus e ao próximo fazendo o que gosto, tanto melhor. Mas este não pode ser meu foco.

Assim, quando você pensar na sua vida, nos seus relacionamentos, nos seus estudos, no seu trabalho, não pense apenas em seus gostos e predileções mas sim naquilo que precisa ser feito, naquilo que sua igreja, seu patrão, seu empregado, sua cidade, seu país precisa.

Se você conseguir atender às necessidades deles, você será uma pessoa iluminada, útil. Ao fazer o que precisam, o que é necessário, você acaba se tornando necessário também. E, mais do que isso, adquire experiência, conhecimento, respeitabilidade, credibilidade. Enfim, ao fazer o que é necessário, você cresce pessoal e profissionalmente.

Enquanto isso, alguns ficam parados, indolentemente, esperando para aparecer uma oportunidade de fazer aquilo que desejam... sem evoluir, sem crescer, sem aprender.
As oportunidades de crescimento, de emprego e de mudança aparecerão para quem estiver trabalhando, para quem estiver de boa vontade fazendo o que precisa ser feito, para quem estiver semeando (2 Co 9.6; Gl 6.7).

Por isso mesmo devemos, como recomenda Colossenses 3.23, fazer de coração tudo o que aparecer para ser feito. O resultado dessa atitude de vida será que, aos poucos, encontraremos nosso caminho e, como prêmio, um dia, acabaremos fazendo o que gostamos ou, também acontece, aprendendo a gostar do que fazemos.

Já foi dito que “não devemos nos esforçar para ter prazer, mas sim ter prazer no esforço”. Esforce-se, ajude a quem precisa, faça o que precisa ser feito... e suas bênçãos virão. Seja diferente do comum: faça o que precisa ser feito. É assim que se acha seu espaço, é assim que se cumpre o Evangelho.

O que o mercado precisa?  

O mercado precisa de pessoas com basicamente três qualidades: (1) honestas, (2) trabalhadoras e (3) competentes. Não adianta ter duas das três... tem que ter as três! Se você tiver isso, o mercado precisa de você.

O que você sabe fazer? No que você é bom? Qual sua habilidade? Qual capacidade, seja ela inata ou não, você vem desenvolvendo nos últimos anos?  E, se sabe fazer algo, é também honesto e leal? É trabalhador, dedicado, perseverante? Pessoas com essas qualidades são muito raras e, por isso, em geral têm muito sucesso (Pv 3.13-35, 8.1-21, 22.29).

O espírito de servir, a simpatia, a paciência e o espírito de grupo também são muito valorizados e úteis no mercado. Você os tem? O Evangelho ensina isso como forma de viver... mas também se aplica no estudo e no trabalho.

Por fim, o mercado também vai apreciar muito pessoas que seguem os Dez Mandamentos. Afinal, não adoram dinheiro, nem poder, nem fama. São pessoas que não furtam, não traem, não mentem, não ficam fofocando e nem a invejar os outros.

São pessoas que têm valores diferenciados, mais leves, mais fáceis de conviver e que buscam o que desejam. Por terem o dia de descanso, são mais organizadas com o horário e recuperam suas forças e humor a cada semana. Sendo bons filhos, tendem a ser também bons pais, colegas de trabalho, gerentes ou funcionários. Se você tem essas virtudes e sabe fazer, ou quer aprender a fazer alguma coisa, o mercado precisa de você.

William Douglas William Douglas é juiz federal/RJ, professor universitário e autor de 35 livros. Primeiro colocado em vários concursos públicos, seu maior sucesso editorial é Como passar em provas e concursos (Editora Impetus), com 180 mil exemplares vendidos. Palestrante requisitado, já falou para mais de 1,2 milhão de pessoas no Brasil. Faz parte do Movimento Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes).

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